Com um custo inicialmente previsto pelo governo de R$ 33 bilhões, sendo em sua maioria financiada pela iniciativa privada, o edital previa que a licitação ocorreria em dezembro de 2010. Porém, com o risco de não serem realizadas propostas, a licitação foi adiada para abril de 2011 e depois novamente adiada para julho de 2011. Quando finalmente realizada, nenhuma empresa ou consórcio entregou proposta, obrigando o governo a mudar a estratégia. A licitação então foi dividida em duas partes: uma para operar o trecho e outra para construí-lo.
O novo leilão foi marcado para setembro de 2013. Porém, como havia apenas um grupo interessado e com os problemas econômicos nacionais começando a surgir, o leilão foi adiado sem nova previsão. Ademais, as empresas interessadas defendiam a hipótese que o projeto custaria 50% a mais que o planejado pelo governo, em torno de R$ 50 bilhões, devido a necessidade de 140 km de trechos subterrâneos. Paralelamente, foram apontados erros no projeto de demanda, que previam que a operação teria 40 milhões de passageiros anuais. A demanda superestimada inviabilizava o preço das passagens, que previa ser de R$ 200 na linha Rio de Janeiro - São Paulo para a classe econômica, efetuada em 93 minutos, de acordo com dados da EPL.
Durante o governo Temer, foi defendido que para viabilizar a linha seria concedido a exploração imobiliária nos arredores das estações de embarque e desembarque. Dessa forma, seria aproveitada a valorização imobiliária e construído condomínios de alto padrão, pois o deslocamento diário aos grandes centros urbanos seria viável. Entretanto, nenhum passo concreto foi realizado.
Trens Regionais
Com o fracasso do trem bala Rio-São Paulo, as atenções se viraram para os Trens Regionais. Operando com velocidades médias de 150 à 200 km/h, o modelo é mais atrativo comercialmente. A fim de melhorar sua viabilidade, a proposta é usar a área paralela ao desenho dos trilhos de carga que já existem, ou até mesmo compartilhá-los.
Com 135 km de trilhos e custo estimado de R$ 20 bilhões, o primeiro lote do Trem InterCidade utilizará uma parceria público-privada (PPP), com o governo e a iniciativa privada financiando o empreendimento
Para lidar com o futuro próximo de rodovias saturadas, o Estado de São Paulo tem hoje o projeto mais avançado. Com o “Trem InterCidade”, o governo planeja conectar a capital à cidade de Americana, passando por Campinas e Jundiaí, cidades muito relevantes economicamente. Futuramente o governo planeja expandir o modal até o Porto de Santos, além de interligar o Vale da Paraíba Paulista à Sorocaba, conectando dessa forma as quatro maiores regiões metropolitanas do estado com seus 30 milhões de habitantes.
Outro projeto visado é a conexão Brasília-Goiânia, conhecido como Expresso Pequi. Tendo como objetivo atender a demanda de transporte regional de passageiros e cargas, o percurso tem 200 km ao custo de R$ 9 bilhões. Neste projeto o modelo também seria de parceria público-privada, sendo a maior parte financiada pela iniciativa privada. Entretanto, a falta de vontade política e as dificuldades técnicas do projeto contribuíram para que emperrasse.
Com a volta do crescimento e retomada dos investimentos, espera-se que finalmente o transporte ferroviário ganhe força no país. Por ser mais econômico, possuir vinte vezes maior capacidade de transporte frente aos ônibus e poluir muito menos, a transformação brasileira depende da transformação ferroviária.
Com a conexão de cidades importantes, o trem permitirá desafogar as combalidas rodovias e valorizará o desenvolvimento de pólos regionais. Dessa forma, melhoraria a distribuição da população e da produção, atacando o grave problema das aglomerações urbanas, aumentando a qualidade de vida da população.
Referências Bibliográficas
"Trem-bala Rio-São Paulo deve começar a operar comercialmente em 2020". Gazeta do Povo, 2012. Diponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/trem-bala-rio-sao-paulo-deve-comecar-a-operar-comercialmente-em-2020-2rmsbxh752b9v05o5ghpaubf2/
‘Sucesso do trem-bala’ se deve a Dilma, diz Lula em cerimônia. G1, 2010. Diponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/07/sucesso-do-trem-bala-se-deve-dilma-diz-lula-em-cerimonia.html
Trem-bala brasileiro deve iniciar operações até 2018. R7, 2012. Diponível em: http://noticias.r7.com/economia/noticias/brasil-quer-ter-seu-primeiro-trem-de-alta-velocidade-operando-ate-2018-20120824.html?question=0
Brasil busca opções para trem-bala; veja modelos. Terra, 2012. Disponível em: http://economia.terra.com.br/carros-motos/brasil-busca-opcoes-para-trem-bala-veja-modelos,f7ee6037a18da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
Governo adia leilão do trem-bala para abril de 2011. Folha, 2010. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2010/11/836779-governo-adia-leilao-do-trem-bala-para-abril-de-2011.shtml
Trem-bala atravessará São Paulo por 16 km de túneis. Folha, 2009. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2009/07/593651-trem-bala-atravessara-sao-paulo-por-16-km-de-tuneis.shtml
Trem Intercidades terá financiamento do BNDES. Metro CPTM, 2017. Disponível em: https://www.metrocptm.com.br/trem-intercidades-tera-financiamento-bndes/
Projeto de trem Brasília-Goiânia prevê viagem em 95 minutos por R$ 60. G1, 2016. Disponível em: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2016/06/projeto-de-trem-brasilia-goiania-preve-viagem-em-95-minutos-por-r-60.html