Prevenção da violência na primeira infância
Prevenção da violência na primeira infância, A definição para os alicerces da estrutura física e intelectual, a criança e o adolescente devem ser prioridades absolutas, As crianças portadoras do HIV sofrem de doenças infantis comuns.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
A primeira infância (0 a 6 anos), é um período importante para ao desenvolvimento do individuo e lança as bases fundamentais para as aprendizagens posteriores. A definição para os alicerces da estrutura física e intelectual, base para da vida adulta, se define neste período, mas variam de acordo com as características individuais, de gênero, condições de vida, organização familiar, cuidados proporcionados e sistemas educacionais. Assim a primeira infância é uma fase de atenção constante no condizente a proteção e cuidados tais como a alimentação adequada, medidas de saúde e o amparo dos pais.
A UNESCO, em estudo recente, sobre serviços para a primeira infância no Brasil, mostra que estes são deficitários. Só para exemplificar: investimentos desiguais na educação da primeira infância ao redor do país, a falta de padrões de cuidado claramente definidos e estabelecidos, treinamento para professores e profissionais que atuam com a primeira infância inconsistente e desigual, entre outros. Assim, ao se apresentarem subdesenvolvidos, resultam em definições irreversíveis na vida adulta.
A Constituição Federal, no seu artigo 227, e o Estatuto da Criança e do adolescente, no seu artigo 4º, determinam que a criança e o adolescente devem ser prioridades absolutas.
Na primeira infância as crianças adquirem habilidades motoras, cognitivas e de linguagem. Até os quatro anos de idade a criança já alcançou grande parte do potencial mental que terá quando adulto. É nesse período que os cuidados e as influências afetivas e sócio-culturais ganham grande valor para que as crianças cresçam e se tornem pessoas também promotoras da paz.
No entanto as estatísticas brasileiras sobre a infância e adolescência, ainda mostram a urgência de ações sociais para garantia dos direitos da infância e da juventude, principalmente no tocante à criança de até 6 anos. De acordo com o relatório "Situação da Infância Brasileira”, lançado pelo UNICEF em dezembro de 2005, a principal causa da mortalidade infantil hoje no País é neonatal, ou seja, a
maior parte dos óbitos se concentra no primeiro mês de vida, o que evidencia a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao pós-parto.
Cerca de 11% da população do País é formada por meninos e meninas entre 0 e 6 anos. Segundo a Síntese dos Indicadores Sociais 2007- Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira - IBGE, eles são quase 21 milhões, que passam por uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano: a primeira infância. Mostra também apenas 7,4% das crianças das famílias mais pobres freqüentavam creche. Se considerarmos as famílias com rendimento mensal per capita de mais de 3 salários mínimos, o acesso à creche e ao pré-escolar cresce para 40,7% das crianças. Embora ainda reduzido, o percentual de crianças nas creches dobrou em 10 anos já que em 1996 era de 7,4%. Quanto ao acesso das crianças de 4 a 6 anos das famílias mais pobres à pré-escola, o percentual era de 68,1%, enquanto nas famílias com mais de 3 salários mínimos mensais per capita, o acesso estava praticamente universalizado, ficando em torno de 95%, em todas as regiões.
É na primeira infância que os seres humanos estão mais dependentes dos relacionamentos com os demais. Disso depende a sua sobrevivência, estabilidade emocional e desenvolvimento cognitivo. A falta de nutrição adequada e cuidados apropriados podem ter conseqüências irreversíveis.
Os programas direcionados para a primeira infância constituem uma forma de garantir os direitos das crianças pequenas, devem proporcionar a melhoria do seu bem-estar e desenvolvimento em todos os aspectos. Os benefícios imediatos e de longo prazo fazem desses programas uma estratégia eficaz, em função de seus custos, para a redução da pobreza e compensação das desvantagens. Têm que integrar as atividades às necessidades das crianças pequenas provenientes de contextos diversos. Nos primeiros anos de vida da criança deve-se proporcionar apoio também à família. Não se pode uniformizar os modelos de programas em todos os lugares. Para começar, as práticas parentais diferem em todo o mundo. É importante que os programas para a primeira infância reconheçam essas diferenças e assegurem que sejam relevantes para o local onde a infância está inserida e os grupos para os quais estão destinados.
As crianças portadoras do HIV sofrem de doenças infantis comuns com mais freqüência do que outras crianças, com maior intensidade e normalmente com menos resposta a medicamentos. Enfermidades que são raramente fatais em crianças saudáveis causam alta mortalidade nas portadoras de HIV. Sem acesso à terapia anti-retroviral, o progresso da doença é rápido: 45% das crianças infectadas morrem antes dos dois anos. Para reduzir o impacto da infecção pelo HIV nas crianças, é necessário um diagnóstico precoce. Boa nutrição, imunizações apropriadas e terapia medicamentosa para as infecções comuns da infância são vitais.
No que toca a violência direcionada à infância, o Brasil já desenvolve políticas públicas para atacar o problema. Falta, porém, o cumprimento mais efetivo de metas estabelecidas. É salutar desenvolver ações voltadas principalmente para as famílias, escolas e outros profissionais que lidam com a infância, de maneira que a sociedade seja preparada para compreender amplamente o especial processo de desenvolvimento de crianças e adolescentes e os inúmeros fatores capazes de expô-los a qualquer tipo de violência.
No dia 18 de setembro foi sancionada pelo Presidente da República a Lei nº 11.523, que instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância, a ser celebrada sempre entre os dias 12 e 18 de outubro. O objetivo é conscientizar a população brasileira sobre a importância do período entre 0 (zero) e 6 (seis) anos para a formação das pessoas.
É preciso conhecer o problema e trabalhar de forma articulada com outros atores sociais. Assim o Posto de Puericultura Suzanne Jacob, cumprindo sua missão institucional, elaborou o Seminário sobre Prevenção da Violência na Primeira Infância com o intuito de fomentar a discussão sobre a importância da idade entre 0 (zero) e 6 (seis) anos para a formação da criança, realizado no auditório da UESPI. Teve como objetivo, também, discutir o papel essencial que a qualidade afetiva dos cuidados oferecidos ao bebê e à criança na primeira infância têm no desenvolvimento futuro do indivíduo em relação à violência, à possibilidade de reagir adequadamente às frustrações, no desenvolvimento da cultura de paz e na resolução pacífica de conflitos.
No referido seminário o PPSJ chamou a atenção para a necessidade de melhorar a atenção ao pré-natal, ao parto e ao período imediatamente após o nascimento, os indicadores de maus tratos físicos nas crianças; os fatores que contribuem para manter o silêncio em torno da violência direcionada à infância, conhecimento das competências e ações da Justiça da Infância e da Juventude e o entendimento dos oito objetivos de desenvolvimento do milênio com relação à infância e a proteção a esta.
Publicado por: Filomena Santos
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